Professora de Terapia Ocupacional da Ufes realiza pesquisa para mapear a profissão

A professora Adjunta do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Dra. Bruna Lídia Tãno, está realizando a pesquisa “Terapia Ocupacional no Estado do Espírito Santo: profissionais e práticas”. Com o apoio do departamento do curso da Ufes e da professora Dra. Fabiana Drumond Marinho, o estudo vem sendo feito com o objetivo de mapear a Terapia Ocupacional no Espírito Santo. Após identificar a realidade da profissão no Estado, a ideia é trabalhar com esses dados de forma estratégica. Confira a entrevista com a professora Bruna!

Dra. Bruna, sua pesquisa pretende mapear a Terapia Ocupacional no Espírito Santo. Por que o interesse no tema?

Estamos interessados nesta temática por diversos motivos. Este ano o curso de Terapia Ocupacional da Ufes completa 10 anos e entendemos como oportuna a possibilidade de fazermos uma reflexão sobre o que tem sido produzido e pensado aqui no estado. Além disso, o interesse parte também da possibilidade de articularmos a realidade experienciada pelos terapeutas ocupacionais do ES com o contexto nacional. Outros estados têm se dedicado ao mapeamento do perfil dos terapeutas ocupacionais em atuação.

Quais os objetivos concretos da pesquisa?

Os objetivos da pesquisa estão centrados no mapeamento da Terapia Ocupacional no Estado. Nesse sentido, buscamos identificar tanto os profissionais que estão em atuação (formação, qualificação profissional, inserção no mundo do trabalho), bem como os profissionais formados aqui, egressos da FAESA e da Ufes. Objetivamos também realizar um levantamento sobre os locais em que atuam estes profissionais e a inserção de nossa categoria profissional nas principais políticas sociais.

Considera que há pouca informação sobre a Terapia Ocupacional no Estado?

Sim, considero. Fizemos um levantamento prévio e as pesquisas produzidas sobre os terapeutas ocupacionais no Estado são relevantes, mas centradas em campos de atuação específicos. Compreendemos que esse mapeamento mais geral nos dará a oportunidade de alinharmos a formação com a realidade dos cenários de atuação e seus desafios.

Quem deve responder o questionário?

A pesquisa é destinada tanto aos terapeutas ocupacionais que atuam no estado (independente do local de formação), como também aos terapeutas ocupacionais que se formaram aqui e atuam em outros estados.

Quais os cronogramas da sua pesquisa?

Sabemos que as pesquisas de levantamento (aquelas que buscam localizar e contemplar a totalidade de um grupo) são bastante desafiadoras e complexas. Temos trabalhado nesse projeto com o apoio de estudantes em Iniciação Científica desde o começo do ano passado e com apoio da coordenação e da direção do curso. Esperamos ter um conjunto relevante de dados até o final deste ano. Para o ano de 2020, vislumbramos o desdobramento desse primeiro levantamento em estudos mais específicos.

De posse dos dados, quais serão os próximos passos?

A partir dos dados e da análise deste material, pretendemos realizar a discussão desses dados, articulando com o conhecimento produzido em Terapia Ocupacional que aborda as temáticas da produção de conhecimento no campo, perfil dos profissionais, entre outras. Assim que tivermos finalizado essa etapa, os resultados do estudo serão submetidos à publicação em periódicos da área e apresentados nos eventos da Terapia Ocupacional. É de nosso interesse também a realização de um evento para a apresentação desses resultados às/aos terapeutas ocupacionais do Estado.

O que considera importante para ampliar o mercado da Terapia Ocupacional no Espírito Santo?

A Terapia Ocupacional no Estado têm muito a crescer. Em nossa atuação, pensar em ampliação de mercado passa também por pensarmos a ampliação das pessoas aos direitos à saúde, educação, seguridade social – de modo geral, cultura e justiça. Nesse sentido, é necessário que os gestores das políticas sociais estejam também empenhados em articular a garantia desses direitos, ofertando serviços com qualidade e compromisso social. Em outro aspecto, acredito muito que nossa organização coletiva pode oferecer a chance de que seja mais divulgada a efetividade de nosso trabalho na construção de autonomia para as diferentes pessoas, grupos e comunidades. Exemplo disso é a possibilidade de nos organizarmos via Associação de Classe – ABRATO -ES. Acredito que a TO tem tudo para se consolidar enquanto prática em diferentes campos aqui no Espírito Santo, seja no fortalecimento das ações já realizadas, bem como para a abertura de novas frentes de trabalho.

Fique à vontade para acrescentar mais alguma informação que considerar pertinente.

Agradeço a oportunidade de contar sobre o trabalho que temos desenvolvido na UFES e aproveito para fazer também um agradecimento ao grupo que tem se reunido comigo para esta empreitada. O esforço e empenho das estudantes que estão conosco têm sido nosso combustível para este momento!

 
 
 
Minicurrículo: 
Profa. Dra. Bruna Lidia Taño. Professora Adjunta do Departamento de Terapia Ocupacional na UFES. Terapeuta Ocupacional, mestra em Terapia Ocupacional (PPGTO-UFSCar) e doutora em Educação Especial (PPGEES – UFSCar). Realiza pesquisas com as seguintes temáticas: Epistemologias e Fundamentos da Terapia Ocupacional, Saúde Mental de crianças, adolescentes e jovens, Terapia Ocupacional e Atividades Humanas.  
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