O Dia do Estudante, celebrado em 11 de agosto, terá um gosto diferente em 2020. A comemoração da data, antes feita em sala de aula junto com os amigos e professores, agora deve ser virtual, ou talvez nem aconteça.
A pandemia do coronavírus afetou profundamente a humanidade, trazendo transformações relevantes para a população, como a necessidade do isolamento social para evitar a proliferação da Covid-19. Assim, a rotina de ir para a faculdade, estar com os colegas de classe, bater aquele papo na hora do intervalo, estudar na biblioteca, reclamar do professor ou festejar a boa nota na prova após a aula parece que foi há muito tempo… Na verdade, faz parte de um passado bem próximo, que deixa saudades.
O CREFITO-15 valoriza e se solidariza com os estudantes que, assim como os profissionais, enfrentam momentos de incerteza e insegurança. Para isso, o conselho conversou com alguns alunos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional para saber como enxergam as profissões no contexto da Covid-19 e quais as suas expectativas para o futuro. Confira na íntegra as entrevistas.
Cursa o 6º período de Fisioterapia, na Faculdade Vale do Cricaré, em São Mateus.
1– Qual a sua expectativa com o curso de Fisioterapia?
Receber um ensino presencial e de qualidade, com profissionais capacitados que nos incentivem a pesquisa, produção científica, projetos de extensão para que nos tornemos cientes da importância de nosso papel na área da saúde desde a atenção primária. Tornar um profissional apto a interagir com equipes multiprofissionais para poder atuar na promoção à saúde da população por meio de prevenção, reabilitação e cura de doenças, podendo, assim, garantir uma melhor qualidade de vida aos futuros pacientes e também diminuir a demanda em outros serviços, como internação.
2 – Como percebe a Fisioterapia no contexto da Covid-19?
A Covid-19 se disseminou rapidamente ao redor do mundo e está sendo um desafio para pesquisadores e profissionais de saúde. Dentre eles, se destacou o papel da Fisioterapia, pois a Covid-19 pode causar alterações na função pulmonar, como, por exemplo, insuficiência respiratória. O fisioterapeuta está na linha de frente dos cuidados respiratórios avançados, então eu só tenho a agradecer a todos os profissionais de saúde por colocarem sua vida em risco para ajudar a população.
3 – Essa fundamental atuação junto aos pacientes e familiares destacou a relevância da profissão na sua opinião?
Sim, poucas pessoas sabiam que a Fisioterapia é fundamental no tratamento e recuperação da Covid-19 em pacientes com disfunção respiratória. A atuação desses profissionais nesse cenário deu mais visibilidade à nossa profissão. A população começou a entender melhor o papel do fisioterapeuta nas unidades de terapia intensiva e o quanto são importantes.
4 – Quais suas expectativas para o futuro?
Pretendo cursar um programa de residência multiprofissional voltado para atenção na terapia intensiva. É uma área que está em bastante ascensão. A UTI é um campo fértil para a obter conhecimentos práticos na área da Fisioterapia. Minha expectativa é poder contribuir no cuidado e tratamento de pacientes críticos.
5 – No Dia do Estudante, qual a mensagem que deixa para os seus colegas?
Gostaria de parabenizá-los pela dedicação e comprometimento com estudos. Sabemos que está sendo um ano difícil e atípico, mas apesar de todas as adversidades causadas pela pandemia, continuamos dando o nosso máximo e isso é digno de elogios. É tão triste não poder ver vocês diariamente nas aulas e estágios, mas sabemos que é a decisão certa, é tempo de nos mantermos saudáveis e seguros.
Cursa o 6º período de Terapia Ocupacional na Universidade Federal do Espírito Santo
1 – Qual a sua expectativa com o curso de Terapia Ocupacional?
Experienciar e absorver tudo o que a universidade pública tem a oferecer e os saberes que docentes, técnicas(os), preceptoras(es) e colegas de classe e curso têm a transmitir, saberes esses que também se dão nas trocas, com o intuito de que eu me forme não só uma “uma boa profissional”, mas também uma terapeuta ocupacional que veja o sujeito acima do paciente.
2 – Como percebe a Terapia Ocupacional no contexto da Covid-19?
Vejo a atuação da Terapia Ocupacional durante a pandemia como essencial, tanto na linha de frente como agora, quanto no pós-pandemia, nas UTIs com pacientes em estado crítico, bem como quando se livram do vírus e retornam às suas casas.
3 – Essa fundamental atuação junto aos pacientes e familiares destacou a relevância da profissão na sua opinião?
Sim, sem dúvidas, mas a Terapia Ocupacional não é uma profissão de destaque apenas em tempos de pandemia, e sim desde a sua criação.
4 – Quais suas expectativas para o futuro?
Acredito que com o fim da pandemia a sociedade não será mais a mesma, até porque já não é. Estamos há meses em isolamento social, perdendo nossos papéis ocupacionais e lidando com um novo inesperado, novas rotinas, novos hábitos, novos meios de socialização… E quando “tudo isso passar” precisaremos reaprender a viver o ao vivo novamente, a socializar e ressignificar o ser e estar.
Espero também que a Terapia Ocupacional seja mais reconhecida e valorizada, principalmente entre os profissionais da saúde e assistência social, e que as nossas práticas sejam respeitadas e validadas como nossas.
5 – No Dia do Estudante, qual a mensagem que deixa para os seus colegas?
Com a adesão ao ensino remoto em um curso como o nosso, em meio a tantos acontecimentos, é realmente muito difícil desejar um feliz Dia do Estudante. Portanto, eu desejo que, mesmo sem forças, não paremos de buscar por mais, mais acessibilidade, qualidade e equidade de ensino, pois, parafraseando a grande Nise da Silveira, figura tão marcante para nós, “As coisas não são ultrapassadas tão facilmente, são transformadas.” É a partir do coletivo que alcançaremos a mudança!
Cursa o 10° período de Fisioterapia na Faculdade Estácio de Sá de Vitória- FESV.
1 – Qual a sua expectativa com o curso de Fisioterapia?
Entrei na Fisioterapia sem conhecer muito bem as possíveis áreas de atuação e hoje eu vejo o quão importante é para o calouro saber e se dedicar às disciplinas de base para, quando adentrar nas específicas, possa ter um maior aproveitamento do conteúdo. As minhas expectativas foram certamente superadas e ainda me surpreendo e vou continuar me surpreendendo com a grandeza dessa profissão.
2 – Como percebe a Fisioterapia no contexto da Covid-19?
Desde o início da pandemia fomos citados como profissionais da linha de frente e isso, particularmente, me enche de orgulho e também de esperança. A Fisioterapia é de suma importância dentro dos hospitais, ambulatórios e enfermarias e, por mais difícil que esteja sendo o período pelo qual estamos passando, a população pôde conhecer a nossa profissão e reconhecer a necessidade de continuar o processo de reabilitação no pós-Covid em decorrência das sequelas acarretadas pela patologia.
3 – Essa fundamental atuação junto aos pacientes e familiares destacou a relevância da profissão na sua opinião?
Sim, com toda certeza. Penso que as diversas áreas de atuação da Fisioterapia ainda precisam ser apresentadas à população.
4 – Quais suas expectativas para o futuro?
Desde o 4° período busco pela Residência Multiprofissional. A pandemia talvez tenha dificultado um pouco a realização desse sonho porque ainda hoje tudo é muito incerto, mas acredito que o nosso futuro começa a ser construído desde o primeiro dia de aula e se estende até a conclusão da graduação. A partir daí a gente passa a colher os frutos do nosso esforço e dedicação sem nunca deixar de estudar e se aperfeiçoar.
5 – No Dia do Estudante, qual a mensagem que deixa para os seus colegas?
Estudem! A Fisioterapia é uma profissão linda e que cresce a cada dia mais. O seu esforço e dedicação vão ser reconhecidos, não tenham dúvidas. Escolham uma área de atuação, façam trabalhos, projetos de extensão, participem de cursinhos, palestras e leiam artigos para já irem se preparando para o mercado de trabalho. É uma construção constante e que com certeza, vale a pena!
Nome: Kalita Rissa Santos de Oliveira
Cursa o 6° período de Fisioterapia na Faculdade Pitágoras campus Guarapari/ES.
1 – Qual a sua expectativa com o curso de Fisioterapia?
Espero poder ajudar as pessoas tornando suas atividades diárias mais funcionais, contribuindo para sua independência e autoestima.
2 – Como percebe a Fisioterapia no contexto da Covid-19?
A Fisioterapia tem se mostrado cada dia mais essencial nesta pandemia, pois houve um aumento exponencial na quantidade de internações, trazendo assim a necessidade de acompanhamento do profissional de fisio.
3 – Essa fundamental atuação junto aos pacientes e familiares destacou a relevância da profissão na sua opinião?
Sim, pois compete ao fisioterapeuta um contato direto com os pacientes e familiares compreendendo cada caso como único e criando uma relação amigável, trazendo tranquilidade mesmo em meio ao atual contexto.
4 – Quais suas expectativas para o futuro?
Espero que a Fisioterapia continue crescendo e sendo valorizada como está sendo nos dias de hoje, pois o trabalho realizado pelos profissionais vai muito além de um simples atendimento.
5 – No Dia do Estudante, qual a mensagem que deixa para os seus colegas?
Procurem sua motivação inicial. O que fez você escolher esta graduação? Saiba que todo esse esforço para captar o conhecimento não é em vão, pois um dia isso será recompensando com um sorriso e um obrigado de um paciente recuperado!
Cursa o 8° período de Fisioterapia na Universidade Vila Velha
1 – Qual a sua expectativa com o curso de Fisioterapia?
Espero me tornar uma profissional capacitada para gerenciamento e solução de desafios. Através de toda experiência acadêmica, estar apta a propor a melhor intervenção aos meus pacientes, os enxergando como um todo, cada um com sua particularidade e especificidade, para que tenham a melhor experiência possível com a Fisioterapia.
2 – Como percebe a Fisioterapia no contexto da Covid-19?
A Fisioterapia é indispensável para um atendimento completo e de excelência nas três esferas de atenção. No cenário de pandemia pelo qual cruzamos, a Fisioterapia no âmbito hospitalar apenas reforça o quão magnífica é a profissão. Nesse momento de muitas incertezas, a Fisioterapia se apresenta como solução para muitos, tornando esse momento possível de ser atravessado.
3 – Essa fundamental atuação junto aos pacientes e familiares destacou a relevância da profissão na sua opinião?
Sim, com toda certeza! Apesar de todo caos advindo pela pandemia, a valorização da profissão, principalmente na atenção hospitalar, é um reflexo positivo.
Muitas áreas da Fisioterapia são pouco conhecidas pela população em geral e isso é problemático, visto que o fisioterapeuta é um profissional de primeiro contato.
4 – Quais suas expectativas para o futuro?
Ser a melhor profissional que eu puder em qual área escolher. Pela minha cabeça ainda passam muitas possibilidades. Espero chegar ao 10° período com metas e objetivos concretos.
5 – No Dia do Estudante, qual a mensagem que deixa para os seus colegas?
Estudem e se dediquem muito, aproveitem todo tempo que estiverem na faculdade, sejam monitores de disciplinas, criem grupos de estudos, participem de eventos acadêmicos, iniciações científicas, movimentos estudantis e tudo o que puderem. O tempo como estudante é precioso e é nele que você se torna profissional. Nunca se esqueça que todos seremos fisioterapeutas. Apenas a experiência irá nos diferenciar, então aproveitem todas as oportunidades que tiverem e sejam o seu melhor.