Dani Souza, 34 anos, mãe do Daniel, de 7 anos, descobriu o diagnóstico de autismo do filho quando ele tinha dois anos. A busca por ajuda profissional começou por uma neuropediatra, quando o filho ainda tinha um ano e meio. Segundo Dani, Daniel tinha um desenvolvimento diferente das outras crianças. Após uma avaliação com a psicóloga, foi quando a mãe recebeu o laudo do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Confira a seguir uma entrevista com a mãe, onde ela nos conta como foi o processo de descoberta do TEA, os cuidados diários até o envolvimento da família com o tratamento do autismo.
1) Como percebeu que seu filho poderia ter autismo?
Eu comecei a perceber que o Daniel era um pouco diferente das outras crianças, não um autismo em si, porque eu não sabia muito sobre o autismo. Comecei a perceber que ele estava demorando a se desenvolver, que tinha um tempo diferente das outras crianças.
2) Como foi receber o diagnóstico de que seu filho é autista?
Quando ele tinha um ano e meio, ele ainda não andava, então eu o levei na neuropediatra e ela me disse que ainda estava muito cedo para determinar um diagnóstico. Ela me orientou a colocar o Daniel em alguma escolinha, com outras crianças, para auxiliar no desenvolvimento dele. Coloquei na escolinha e quando ele completou dois anos, ainda não andava, foi quando eu o levei de novo na neuropediatra e ela falou pela primeira vez do autismo. A neuropediatra me pediu uma avaliação com uma psicóloga, fizemos a avaliação quando ele tinha dois anos e o desenvolvimento dele era de uma criança de nove meses. Ela me deu um laudo do autismo, deixou o diagnóstico dele, e me encaminhou para a APAE, e de lá pra cá, começamos o tratamento.
3) O que mudou na sua vida após o diagnóstico do autismo? Quais desafios e cuidados especiais que você precisa ter com seu filho?
Receber o diagnóstico de autismo do meu filho foi muito difícil, porque eu tive que desconstruir dentro de mim o que eu pensava em relação a ter um filho, de me chamar de mamãe e de começar a fazer as atividades como outra criança. Eu sempre sonhei em ter um filho, levar o meu filho para a natação, para jogar bola e não para ter apego, como eu faço hoje. A partir disso começou uma luta diária, com fisioterapias, fonoaudióloga, terapia ocupacional e psicólogo. Na época ele ainda não andava, só começou a dar os primeiros passos com 2 anos e 3 meses.
4) Como é a rotina do seu filho? Frequenta alguma escola especial? É alfabetizado?
Ele faz fisioterapia todos os dias da semana pela manhã e estuda à tarde, na escola regular, no 1º ano. Ele não frequenta escola especial, mas participa da APAE, fazendo a fisioterapia. Ele tem 7 anos e ainda não é alfabetizado, ainda não fala, não escreve, não lê e a convivência com outras pessoas é bem tranquila.
5) Como é a convivência dele com outras pessoas?
Ele é uma criança autista bem tranquila, sociável e às vezes não procura outras crianças para poder brincar. Se as crianças chegarem perto dele para brincar, ele aceita o contato de maneira tranquila.
6) Como é a participação da família nesse processo?
Eu tenho uma rede de apoio, que é a minha família. Eu não tenho pai e nem mãe vivos, mas eu tenho a minha sogra, uma parceira, que me auxilia bastante com os meus dois filhos. O relacionamento dela com o Daniel é muito legal e bonito. Eu tenho um irmão também que mora perto de mim, que me auxilia sempre que eu preciso. Além disso, também conto com o meu marido, que é um paizão, parceiro, que em muitos momentos é o meu braço direito e esquerdo, me auxilia muito com as crianças, em especial o Daniel.